3 de dez. de 2010

Expo Ateliê Dala Stella


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Para quem puder estar em Curitiba, recomendo muito a visita a esta sensível exposição do Carlos, autor do desenho que abre este blog.

29 de set. de 2010

Lançamento do livro Ciência, Arte e Jogo

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Convido a todos para o lançamento deste livro em que cada linha escrita foi vivida!

na Livraria Cultura Villa Lobos às 19:00 hs

28 de set. de 2010

Crear Toledo/ Coletivo Basurama

Esta roda gigante de papelão foi criada com a coordenação do grupo Basurama por jovens que participavam da proposta Crear Toledo.

Terça Lúdica: Sonhos Tridimensionais de Papelão


Convido a todos a participarem desta Terça Lúdica com Mister do Coletivo Basurama ( basura = lixo; basurama = amor ao lixo) para brincarmos de inventar novas formas com papelão e outras surpresas que anda fazendo em Madrid/ Espanhã.

14 de set. de 2010

Terça Lúdica Muitos dedos: enredos

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Convido a todos para esta especial Terça Lúdica Muitos dedos: enredos com o Chico dos Bonecos que está preparando o seu abracadabrante rio de palavras e mar de brinquedos para comemorar 1 ano de Terças Lúdicas!

abraços

Adriana Klisys

20 de ago. de 2010

Ciência, Arte e Jogo

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Este livro é fruto de 18 anos de trabalho, diretamente ou indiretamente em sala de aula, recheado de alegrias compartilhadas com crianças e adultos, muitos sabores culturais e saberes lúdicos (lúcidos!) . A capa do livro, feita por Carlos Dala Stella, com a escultura brincante de Juliana Bollini , dá as boas-vindas para as muitas imagens que se mostram ao folheá-lo.

Boa leitura e apreciação!

obs. O livro está na Bienal do Livro no estande da editora Peirópolis



9 de ago. de 2010

Tabuleiro-Múndi em Curitiba

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Estas oficinas de jogos para pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos, crianças e adultos são uma das minhas preferidas. Gosto muito de atividades de lazer e cultura que integram as diferentes idades. Teremos 4 encontros até o fim do ano na Bisbilhoteca, um lugar muito especial de cultura infanto juvenil e um ótimo lugar para encontrar bons livros e compartilhar jogos de vários cantos do mundo!

4 de ago. de 2010

19 de jul. de 2010

Embalos de crianças

( Cavalo alado - Lala Martinez Corrêa)

Sinto falta de caminhos que nos levam às profundezas das melodias infantis: sons, balbucios e risos marotos de crianças.

Seguindo a pista sonora delas facilmente estamos compartilhando castelos no ar, veículos de andar dentro da terra, sapatos especiais para deslizar sob a água, asas para sonhar e toda a infinidade de possibilidades.

Intuitivamente desejo tal encontro de gestos, de pura sensibilidade, de gostosas gargalhadas que segredam brincadeiras num esconde-esconde comigo.

Terça Lúdica Jogos Africanos em Curitiba

1 de jun. de 2010

Terça Lúdica: Brinquedos Diferentes


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Guinga 60 anos


[cartaz: Carlos Dala Stella]

Para quem quer ouvir sensibilidades de dois irmãos musicais Guinga e Mirabassi, não perca o show comemorativo que traz outros músicos nesta festa promovida por Robert Amorin, talentoso mecenas da música em Curitiba, especialista em colocar o desejo à frente de qualquer impossibilidade.

Uma surpresa para compor o cenário do teatro está sendo preparada pela alma sensível de Carlos Dala Stella.

24 de mai. de 2010

Substância Lúdica na Vida Adulta


[foto de Joel Rocha]

Esse desenho, de um conjunto de 98, de Carlos Dala Stella faz parte do livro QUER JOGAR? - mote para a TERÇA LÚDICA de amanhã, 25.
A seguir, 2 textos que escrevi, usados para divulgação junto à imprensa das Terças Lúdicas.

Brincar, brincar e... Brincar!
As Terças Lúdicas na vida adulta.


As Terças Lúdicas são vivências estéticas, criativas e culturais permeadas de um toque sutil de brincadeira para adultos que não querem esquecer o lado inventivo da infância.

Estes encontros pelo brincar são destinados a todos os adultos que querem desfrutar de uma experiência lúdica: agentes culturais, empresários, artistas, profissionais liberais e toda gama de curiosos e desejosos de entrar no jogo. De periodicidade mensal, têm três horas de duração (19:00-22:00) e a programação se encontra no site da Caleidoscópio (www.caleido.com.br).

A cada encontro uma ou mais brincadeiras, jogos, brinquedos e artimanhas saem do baú, revelando o legado cultural e transformador deste processo, instigado sempre por um brincante profissional que tem na autoria de seu trabalho uma intimidade com o processo construtivo que é a brincadeira, este “compromisso descompromissado”. Comprometido consigo mesmo e descompromissado de cobrança alheia e por isso tão constituinte.

A Terça Lúdica é um espaço privilegiado para as pessoas que participam serem protagonistas e de alguma forma brincarem. Um espaço de vivência cultural, de encontro, sobretudo de criação. Não tem o caráter formal de um curso (de trabalho) e sim de convivência e troca mais informal (de jogo) que é a brincadeira.

Na Terça Lúdica o conteúdo principal é o brincar, um encontro pretexto para a brincadeira, e esta por sua vez, pretexto para conhecer. Uma interação brincante mediada por um assunto instigante alimentado por um domínio técnico e um saber cultural da especialidade do convidado, que é sempre alguém que tem autoria em seu trabalho, essa mesma autoria que acompanha uma boa brincadeira.

Silvina Martinez, arquiteta argentina, participante de uma das terças lúdicas, por ocasião de sua passagem pelo Brasil, comenta a respeito desta vivência: “não sabia que no Brasil se brinca tão a sério!” Sua fala nos remete ao verdadeiro papel da brincadeira, que é convocar a melhor inspiração dada por uma situação de escolha e vontade de participar de uma atividade por sua gratuidade, sem fins utilitários imediatos. Não é à toa o envolvimento de uma criança em sua atividade lúdica, não é à toa o arrebatamento do adulto que se permite participar de atividades lúdicas!

Os assuntos das Terças Lúdicas, sejam eles relacionados ao campo do universo dos jogos propriamente ditos, ou das artes, da cultura, são pretextos então para brincadeiras, para estar junto, para interagir tanto com outros quanto com o conhecimento. Pretexto para estabelecer vínculos.

Estes encontros são para celebrar vida e por isso mesmo cuidamos da recepção com duas mesas bem servidas, uma de alimento físico com quitutes e outra com alimentos culturais, composta com livros, jogos, brinquedos e/ou materiais que tenham a ver com o assunto da Terça. Às vezes a mesa de alimentos culturais se estende para a parede em forma de projeção de slides ou filmes que tenham a ver com o assunto. Este tempo de receber os convidados já faz parte da proposta e do entrosamento do grupo.

Depois deste aquecimento iniciamos com uma breve apresentação da proposta e conteúdo através de fala, dinâmica, vídeo ou apresentação de slides. Na seqüência, temos propostas práticas onde todos coloquem a mão na massa, possam criar, brincar, se movimentar, cantar... Isso a depender da proposta, claro! Parte do que aconteceu nas terças lúdicas até então pode ser conferido no blog da Caleidoscópio, através do site www.caleido.com.br

Este trabalho que completa seu nono mês de vida e que já ganhou muitos adeptos e até convite para o registro da experiência em livro nasceu da idéia de criar um espaço de se sonhar com o universo de possibilidades que é a brincadeira, com um futuro mais brincante! É por isso que começamos desde já, no presente, a brincar, a sonhar.

Quem quer entrar na brincadeira, seja muito bem-vindo(a)!

Adriana Klisys


Idealização da Terça Lúdica

As Terças Lúdicas nasceram da idéia de convidar adultos a jogar. Um convite a se deparar com a inventividade do universo lúdico.

A brincadeira é pouco presente em empresas, ambientes de trabalho, na sociedade como um todo e até mesmo em lugares onde deveria existir com força, como nas escolas. A meu ver isso ocorre devido à valorização da produtividade (trabalho) em detrimento do processo (jogo). Por isso a escolha intencional de criar um espaço informal de jogo, mobilizar gente grande para a riqueza do universo de gente pequena.

Brincamos pouco na vida adulta por conta de demandas e afazeres, isso somado a termos uma sociedade pautada no consumo e na produção. O jogo é um caminho diverso da produção, é o caminho do processo, da gratuidade da experiência, do ócio e do desfrute.

Uma sociedade que se quer mais criativa poderia dosar melhor momentos de jogo e trabalho, processo e produção e criar espaços lúdicos coletivos para todas as idades.

A sociedade se desenvolve, mas em matéria de ludicidade se atrofia. Brincamos cada vez menos porque deixamos de investir no que corresponde à substância lúdica na vida adulta que poderia dilatar mais nossa experiência sensível no mundo.

A idéia de promover as Terças Lúdicas nasce da observação de que vamos deixando de lado nossa natureza lúdica, somada a esta constatação a minha própria experiência pessoal e profissional na Caleidoscópio Brincadeira e Arte que partilho a seguir.

Em primeiro lugar retomar a brincadeira na vida adulta há tempo faz parte do meu trabalho de formação lúdica de educadores. Logo percebi que a teoria do brincar não funciona se não é colocada lado a lado com a prática. Os convites constantes feitos a grupos de adultos para brincar, construir brinquedos e jogos, me ensinavam que isso alargava tanto a experiência criativa deles como a minha, passando a virar metodologia de trabalho tais chamados para o jogo.

Um segundo aspecto que motivou a criar a Terça Lúdica foi a observação que o mundo do trabalho tem se distanciado do aspecto lúdico e criativo. Tal percepção se tornou mais apurada quando desenvolvi uma proposta lúdica para filhos de funcionários da Hedging-Griffo, uma empresa ligada ao mercado de valores. O trabalho consistia em levar filhos de funcionários a conhecerem o universo de trabalho dos pais e proporcionar-lhes uma vivência lúdico e cultural. Ao realizar tal proposta deparei-me com a questão oposta: eram os pais que precisavam olhar mais para o rico universo dos filhos. Isto me fez pensar em criar brinquedotecas dentro de empresas. A idéia não foi para frente, mas… no lugar surgiu a Terça Lúdica, que é oferecida, inclusive a empresas.

Uma terceira experiência pessoal também me motivou à fazer as Terças Lúdicas: a constatação que meu próprio trabalho voltado à temática lúdica precisava ser mais permeado pela brincadeira.

Por ocasião de um trabalho de formação lúdica para toda a equipe de apoio da Rede de escolas da Prefeitura de São Paulo me deparei com um grupo de trabalho maravilhoso, dentre os quais: Chico dos Bonecos, Cyrce Junqueira e Renata Meirelles que me convidaram a brincar seriamente. Dos encontros para planejar as propostas lúdicas para a rede pública, surgiu nesta equipe a questão que deveríamos aproveitar o potencial do grupo de brincantes ali presentes para nos divertirmos com as brincadeiras propriamente ditas. Planejávamos o brincar, mas não brincávamos?!

Renata Meirelles foi quem primeiro apontou essa incoerência e propôs ao grupo de brincantes algo muito óbvio que seria brincar e não só planejar a brincadeira. Passamos então a nos reunir para brincar e dali a pouco o espaço da brincadeira se tornou maior que o planejamento e isso alimentava e animava numa escala muito maior o próprio planejamento.


Com estas experiências de vida acumuladas comecei a vislumbrar que gostaria que meu próprio trabalho fosse um espaço para cavar o direito de brincar na vida adulta. E como toda boa brincadeira não é imposta, mas é um convite, pensei em estender este convite justamente para a parcela da população que se encontra mais afastada desta experiência. Afinal, o direito de brincar não deve ser exclusividade do universo infantil.


A brincadeira é um convite a toda idade. Todo profissional que trabalha com criação deveria brincar mais e, neste sentido, todas as áreas do conhecimento sem exceção envolvem a criação.

O trabalho criativo tem muito a ganhar com a possibilidade de brincar, de imaginar possibilidades, de se por a disposição, como fazemos numa brincadeira, sem saber ao certo o rumo a tomar.

O estado da brincadeira de não controle absoluto da situação, de não saber exatamente para onde ela vai é justamente a sua riqueza. Abre caminhos inimagináveis, justamente porque o imprevisto é condição da brincadeira. O imprevisto, em certo sentido é infinito, ao contrário da previsto, finito em possibilidade.

Uma sociedade menos exclusivista poderia compor melhor o imprevisto, que é a brincadeira, com a previsibilidade. Vivemos num mundo altamente previsto. onde há previsão econômica, previsão do tempo, de colheita, de tudo o que se pode imaginar. A brincadeira é um espaço completamente oposto a isto, onde nada está previsto de antemão, e por isso mesmo ganha a dimensão ampla do desconhecido, daquilo que pode vir a ser.

13 de mai. de 2010

É realidade ou imaginação?



Manu, depois de assistir comigo o filme Alice no País das Maravilhas, encantada, diz querer ler o livro inteiro de Lewis Caroll que ganhou em seu aniversário de sete anos.

Espero que não perca o bom trânsito que sempre teve entre fantasia e realidade pois é uma delícia acompanhá-la em suas viagens, verdadeiras brincadeiras imaginativas! E por falar nisso... Ela, ainda absorta pelo que havia visto na tela do cinema, me questionava:

- O que aconteceu no filme com a Alice você acha que é realidade ou imaginação?

Antes de respondê-la, devolvi a pergunta: - O que você acha?

- É imaginação, mas é tão verdade que acho que é realidade.

-Como assim?

- É realidade imaginada . Acho que aconteceu mesmo tudo aquilo porque ela imaginou.

-E de onde vem a imaginação?

- Sei lá...

- Ah! Não diga isso... logo você que sabe tudo, procure uma explicação de onde vem a imaginação?

- Vem da nossa mente.

- E como chegam estas idéias todas em nossa mente?

Manu pensativa... Responde com uma carinha de “heureca!”

-Eu acho que deve vir das nuvens!

- Das nuvens?

- As nuvens podem se transformar em tudo, no que elas quiserem. Então essa imaginação vem para nossa cabeça.

Quando a nuvem resolve chover, rega tudo e fica a terra cheia de imaginação.


- Só quando chove se tem imaginação?

- Não, né! Quando faz sol também tem imaginação. O sol esquenta a nuvem, ela vai sumindo de calor do sol e vem parar em nossa cabeça.

- Ela entra direto pra nossa cabeça?

- Tem uma chave por dentro da nossa cabeça que abre a porta para a imaginação entrar. A chave fica por dentro para abrir só quando se quer e ninguém tirar a imaginação lá de dentro.

- Quer dizer que essa chave fica numa fechadura dentro da nossa cabeça?

- Não... ela não fica toda hora lá na cabeça, ela está no nosso estômago, misturada nuns líquidos. Tem que se alimentar para a chave poder funcionar e abrir a porta para a imaginação. Tem que comer bem, de tudo. Quer dizer, não pode comer muito chocolate. Um pouco de chocolate até faz bem para a imaginação...

Quanta coisa linda nestes devaneios brincalhões! Quanta verdade imaginada nisso tudo! Verdade líquida! Vinda das nuvens, dos sulcos dos alimentos. Alimentos físicos e simbólicos!

Saio do filme e deste diálogo recordando minhas primeiras leituras de Alice no país das maravilhas e lembro bem destes mesmos questionamentos frescos daquela época. A fantasia é tão real, que não pode não ser realidade!

A arte é um banquete para germinar nossas nuvens imaginárias!

Fico feliz em ter dado a ela este presente simbólico, passeio pelo universo do país das maravilhas! E mais ainda de ter ganho dela estas imaginações! Ver o quanto a linha tênue imaginação - realidade, está acesa nos pensamentos imaginários da Manu.

As flores simbólicas que cultivo para presenteá-la, conversam com minha imaginação. Digo flores simbólicas pois foi este o presente que dei à Manu em seu aniversário: um buquê de flores, sendo que cada flor vai se transformar num passeio comigo. Este foi o primeiro presente-botão de flor. Presente de estar presente com ela vivendo estas descobertas.

11 de mai. de 2010

Flores e Música


Flores são o sexo das plantas, sexo vida, sexo perfume, sexo cor.

E o som... sexo dos anjos.

Minha avó Preciosa vivia dizendo que "uma casa sem flor é uma casa triste"

Compreendo o sentido sonoro destes ensinamentos vitais.

Árvore dos Desejos: Poderoso Faz-de-Conta


O que é o desejo?

Como ele nasce e se fortalece?

Será que compreendemos a fundo os nossos reais desejos?

Lala, uma grande amiga, diz que Desejo entendido é desejo atendido”.

Eu ainda acredito que, quando desejamos algo intensamente, esse sentimento se manifesta, transborda para além de nós mesmos e acontece! Essa crença vem de longa data, herança, talvez, de um poderoso faz-de-conta do possível!

Em meu imaginário infantil, tive a sorte de encontrar pelo caminho muitas “árvores do desejo”. Assim eram conhecidos os salgueiros, popularmente chamados chorões. Uma árvore triste, alguns diziam, mas, para uma menina como eu, que conhecia seus segredos, uma árvore cheia de braços e mãos, que ofereciam, gratuitamente, a realização de todos os pedidos que lhes fossem feitos. Bastava tirar uma folhinha bem fina e parti-la ao meio, pronunciando,ao mesmo tempo, um pedido, para que ele se realizasse em poucos dias!

Na vizinhança, toda a criançada sabia esse truque. Não me lembro bem de como tudo começou, mas certamente foi por influência de um livro maravilhoso que li na infância. Talvez fosse um livro cuja leitura mais amigos compartilhassem, ou então, uma história contada e de todos conhecida.

Se bem me lembro, A Árvore dos Desejos foi meu primeiro livro. Talvez não o tenha sido, mas é o de que me recordo como livro inaugural, livro-objeto de desejo, livro-magia, que me ensinou a amar a palavra escrita e, sobretudo, a cultivar a força dos desejos.

A lembrança das brincadeiras proporcionadas pela leitura desse livro tem me acompanhado pela vida a fora. E, também, dos pedidos atendidos – desejos próprios da vida infantil e totalmente possíveis: brinquedos, guloseimas, dias de sol ou de chuva, para tomar banhos ao ar livre, ter pouca lição para fazer em casa, a rápida chegada das férias, o arco-íris e por aí vai...

Durante toda minha vida tenho me lembrado desse livro como algo tão precioso, uma relíquia da fantasia! Lembro-me da capa do livro e de seu formato, de como vinha envolvido num acetado transparente, com encadernação dura, de seus lindos desenhos, do modo como a diagramação do texto brincava com as páginas e de que o próprio texto em si era bonito. Entretanto nunca me lembrava bem de detalhes da história, somente que havia uma menina com seu grupo de amigos que descobriram o mapa da mina! Uma árvore dos desejos que presenteava a todos com aquilo que realmente quisessem.

Devia ter uns sete anos quando, pela primeira vez, encantei-me com a história Árvore dos Desejos. Já adulta, volto a ganhar, para minha grande alegria, um exemplar do mesmo livro. Ele, certamente, me permitiu reviver as emoções do tempo de criança.

O livro Árvore dos Desejos, de Willian Faulkner, editora Círculo do Livro, que leva o nome da árvore de meus sonhos, foi o presente mais sensível que recebi quando criança e agora adulta.

Sou eternamente agradecida ao maior leitor de sutilezas.

10 de mai. de 2010

Brincadeiras de ontem


Minhas lembranças de infância são da época desta foto. Na praia - sol, som do mar, água salgada, o fascínio pelas conchinhas e castelos de areia! Combinação de areia e água do mar solta em punhados, formando estalactites maravilhosas! Enterrar o pé na areia... Sensações boas como misturar tinta com as mãos, ou brincar no balanço ao sabor da brisa.

Cheiro de cimento quente sendo refrescado pela chuva fina: prenúncio de boas brincadeiras! Claro! Os banhos de chuva só nos eram consentidos quando acompanhados de sol. Chuva e sol: casamento de espanhol! E para alegrar ainda mais nossa existência naqueles dias, não podia faltar sabão em pó no chão para lavar qualquer preocupação, e para deslizar no quintal de casa.

E o arco-íris da cidade da garoa, então! Presente dos guardiões do pote encantado! Assim como tirar a sorte no tocador de realejo!

Todo o tempo do mundo para inventar formas nas nuvens!

Os amigos da vizinhança! Era sempre uma festa boa brincar com eles! Brigas? De vez em quando: “tô de mal, come sal, na panela do mingau, deixa um pouco pro natal!”. E para “ficar de bem” novamente era só unirem-se os dedos, sem complicações.

Meu interesse absoluto, objeto de desejo: o baleiro da mercearia! Não sei se mais pelo conteúdo ou por poder girá-lo como um grande brinquedo de adulto com recheio para crianças!

Sempre gostei de experimentar as coisas, ter opções de escolha: de que maneira vestir as bonecas, quais cores de canetinha usar, qual coleção fazer – papéis de bala ou figurinhas.

Eram, e ainda são, tantos os interesses... O que mais recordo dessa época de pouca idade e muito conhecimento, sem dúvida, é a vida vivida com toda força e intensidade. Fazer uma coisa de cada vez e curtir absolutamente o momento. Desfrutar o algodão doce do começo ao fim! Sentir sua textura, delicadeza, deixar grudar na mão, enrolar nos dedos e depois lambê-los e experimentar nuvens de açúcar puro dissolverem-se lentamente na boca.

3 de mai. de 2010

El mundo no se acaba hoy!


El mundo no se acaba hoy!
Adriana Klisys

El conejo de Alicia, con su prisa mirando el reloj: - ¡Llego tarde, llego tarde!

¿Quién no se ha sentido asi unos días, semanas, meses, año o peor... durante toda la vida? Esta sensación de prisa tan bien expresado por Lewis Caroll en su libro - Alicia en el país de las Maravillas - es un mal de los grandes centros urbanos.

En una ciudad como São Paulo, México, Nueva York o Pekin hay muchos conejos con sus relojes acelerados. Yo misma tengo que recordarme para no entrar en esta rueda viva que la ciudad con su prisa nos aprisiona.

Tantas cosas suceden al mismo tiempo y el deseo de participar de muchas de ellas nos dejan fuera del mundo, en ningún lugar y en estos momentos tengo ganas de parar, de mirar la vida con tranquilidad, con ojos de poeta, con serenidad del pez oriental en el lago, ganas de cerrar los ojos al sol y sentir los párpados rojos del calor iluminado del sol, jugar con las luces que nuestras pestañas producen al pestañar. Disfrutar del momento, solamente del momento, como hacen los pequeños, principiantes en los secretos de la vida.

Mientras reflexiono sobre el sentido del tiempo presente recuerdo a dos niñas jugando con unas palabras imantadas de esa que se pegan en la nevera y componen esta joya: “quiero sentir una nube” . Sí! Hay que sentir la naturaleza , la lluvia que lava nuestra alma, la risa de un niño jugando con su abuelo. Hay que vivir, sentir, emocionar, enamorar con vivacidad, estar con los amigos, con las personas queridas, hay que brindar por la vida, porque morimos cada día. No deberíamos perder la perspectiva de la muerte para hacer cosas realmente imprescindibles, cosas con sentido, que nos anime la capacidad creativa y sensitiva.

Escribo estas líneas para convencerme del sentido de todo esto y me he puesto a pensar porque hoy estaba en uno de aquellos días en que quería abrazar el mundo.
Una agenda de 72 horas condensada en uno solo dia... Dormir, para qué si cada minuto debería rendirme como 3!? Sin embargo... estaba en este momento de dispersión mental, conversando con mi padre al telefono, cuando me dijo una cosa imprescindible que me hizo conectar con la tierra con sus sabias palabras: " hija, el mundo no se acaba hoy! Vaya con calma!"

11 de abr. de 2010

Fotos Terça Lúdica: Bonecos Animados

Fotos: Terça Lúdica Brincar com Papel

Concerto para Carros: audição sensível da vida


Concierto para Coches
Audición Sensible de la Vida
Adriana Klisys


El niño y su partitura musical cambian los sentidos del mundo adulto, subvierten el orden del sistema al humanizar los coches y colocarlos para escuchar la música de la vida. Los maestros y sus orquestas hacen lo mismo con nosotros: nos permiten experimentar otros sentidos, vivir los procesos sensibles de contemplación que son posibles en el estado de quien juega.

Este niño, a quien me refiero en su condición de nieto que vive su infancia en compañía de un adulto de la misma edad que él (ya que abuelos y nietos caminan en dirección a la esencia de la vida), es el protagonista de esta historia que me fue contada y aquí es transformada en un pensamiento-sentimiento que me ocurre al imaginar esta escena que mezcla dos cosas tan distintas, pero muy cercanas si pensamos desde el punto de vista de una persona de tres años: la ciencia y el arte. La ciencia y la tecnología de los coches y el arte del sonido, o mejor decir, el arte de los coches y la ciencia del sonido; en fin, las enseñanzas de los procesos y los productos.

El sonido, más allá del arte , en su esencia es pura ciencia, es una tecnología muy creativa que permite que el alma se transporte y flote en el aire, navegando en muchos sentidos a sitios imaginados y no imaginados. Mientras que el coche, más allá de ser un aparato tecnológico de la más alta perspicacia cientifica, es bajo cierta perspectiva un arte ingenioso de los más inventivos. Ha sido creado para ampliar el deseo de la humanidad de desplazamiento, de transporte, de posibilidad de viajar, disfrutar y estar en diferentes lugares en corto tiempo. Quien dibujó el coche juntó toda la creación anterior de la humanidad para gestar un dibujo que se mueve en muchas direcciones, un dibujo con vida propia.

Todo este preámbulo es para contar la bella historia que escuché y que me despierta completamente, en sentido figurativo y real. Después de un domingo oyendo esta historia, duermo y debo soñar con todo esto, tanto que me levanto a las 5 de la mañana y me pongo a escribir estas líneas que procuran una dirección sensible de la vida, un paisaje musical. Pero, ¡vamos a lo que interesa!

Un nieto y su abuela van a un concierto de música clásica. La experiencia inaugural del niño al escuchar Bach tocado con el alma, afina sus sentidos del mundo. Bebe de tan rica fuente que tiene necesidad de llevar a sus juguetes la experiencia de un oyente.

En el piano de su abuela él se transforma en músico que tiene sus propios oyentes. Busca entre sus juguetes una colección de pequeños coches y los coloca encima de su piano. !Listo! Allí está su público, atento a su obra musical. Pero falta algo fundamental para empezar el concierto: la partitura. El niño recurre a una hoja de papel en blanco, hace unos garabatos y orgulloso dice: “¡aquí está la partitura, voy a comenzar el concierto!”.

Los coches se quedan paralizados delante de tanta belleza; no pueden creer que se queden estáticos por la música. !Esto es mucho mejor que estar en el patio de la fábrica aguardando a sus voraces consumidores!

El auditorio acomodado con sus ruedas sobre el piano, atento a la creación musical, hace pensar que no quieren servir más como esclavos a los dirigentes que los llevan a donde desean, contra su voluntad. Ellos estan hartos de los chóferes, no quieren el tráfico ni la multitud de sus hermanos por las calles a merced de el reinado de sus conductores. Ellos quieren simplemente una audición sensible de la vida, un momento para desconectar los motores y así unirse al arte de vivir.

Este niño cuando toca para su platea de autos que en lo cotidiano llenan la ciudad con sus ruidos de los motores consigue momentos de profunda atención por parte de los mismos a favor de la música. El gran pequeño maestro no necesita pedir el silencio; éste surge para que el sonido de su piano y partitura sustituya el ronquido de los motores, callen las bocinas, los escapes y todas las posibles sinfonías de coches para escuchar solo la sinfonía del juguete del niño.

En la mirada de su abuela, la escena de su nieto la lleva a acordarse de la situación durante el concierto verdadero en que el maestro interrumpe su espectáculo para reprender al niño que encantado no paraba de preguntar a su querida abuela sobre todo el universo musical.

La insensibilidad del maestro al reprimir al niño es contraria a la sensiblidad de la música. Pero, en su juguete el niño puede corregir estas imperfecciones del maestro. El toca una música tan linda que todos vivem solamente la música. Si hay una u otra conversación, ésta es sobre la música de ese momento y, por lo tanto, está integrada como sonido del mundo sensible.

Cuando la abuela escucha la reprimenda del gigante al pequeño, respaldada por las palmadas de la platea, siente una voluntad enorme de decir algunas palabras fuertes al maestro indiferente al interés infantil y llega a pensar en preguntarle para qué platea él toca: para personas que no lanzan pedos, que nunca estornudan, no tosen... ¿ Entonces el concierto sería solo para robots? Pero se calla momentáneamente, porque sabe que la respuesta del niño a todo esto no es por el lado de la discusión, si no por la construcción y reconstrucción del sentido de la vida.


En su juego de orquesta, el niño, maestro de sus coches, interroga al maestro: ¿ el concierto es una audición para mudos como coches o para personas de carne y hueso, inquietas como él, que sienten la música en su totalidad con su cuerpo y alma? El niño juega con el sentido que el maestro da a su platea, no es en vano la elección por los coches: solamente ellos pueden tener una reacción estática delante de la orquesta, aun sus animales de juguete habrían bailado delante de tan bella sinfonia. Pero en este juego el niño también percibe que el cuerpo puede estar parado por fuera, pero el alma siempre está libre para bailar aún con el cuerpo encadenado. Hasta los coches pueden recorrer kilómetros sin salir del lugar mientras escuchan el sonido del alma.

El niño que fue al concierto y ahora puede dar su propio concierto dialoga con el maestro que no quiso saber de él en su platea, dialoga con la música, con la organización del mundo de los sentidos, y se sumerge en el juego de la vida! La orquesta imaginaria del niño nos muestra que el concierto del maestro tiene arreglo! Y aún los coches con algún reparación pueden apreciar los más bellos conciertos y quedarse paralizados por fuera pero completamente movilizados por dentro.

20 de fev. de 2010

Primeiros Jogos


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É com muita satisfação que inicio uma série de cursos dedicados aos jogos de tabuleiro que ocorrerão durante o ano no Espaço Enthusiasmo Cultural. Nestes dois primeiros módulos iremos criar jogos de tabuleiro com regras que tenham forte conteúdo simbólico para os pequenos que estão iniciando neste universo.

22 de jan. de 2010

Cabanas

Gosto de passear os olhos pelas artes para pescar brincadeiras e transformá-las em outras tantas...

Comecei a colecionar figurinhas que intitulei de "cabanas", embora não sejam de fato, mas que inspiram a criação de ambientes lúdicos acolhedores. Ambientes para as crianças viverem seus jogos de exercício interior, de voltarem-se pra dentro para mirar o mundo de lá de fora, numa outra perspectiva.

21 de jan. de 2010

Semillas de Cabañas


Semillas de Cabañas
Philippe Lechermeier
Éric Puybaret
Edelvives –Madrid, 2006

Encontrei este livro pleno de cabanas poéticas: cabaña de cajá de música, cabaña de libros, cabaña del fundo del jardín, cabaña de sueños, cabaña dominguera, cabaña de sombras chinescas, cabaña de las mil y uma puertas... e muitas outras. Sem dúvida a mais internacional, inventada por Philippe e Éric é a da Babilonia: Cabaña de Babel. Vejamos como a definem:

“Cabaña de Babel

The Kabaña di Babel was built
por mushas gentes de tutti le mondo.
It was magnífica, grandissima,
the plus alta tower en el universe.
Parecía que soubía hasta le ciel,
dans les nubes with the birds
( li pitit piopio).

Desgraciadamenti,
quand la Konstructiono se therminar,
um ouvriero ha mal comprendo cómo was
l’installato de los escaliers und tutti se há derrumbé.
¡ Katastropho !

Ni uma sola graine, perdón, semilla...”


As cabanas de nossa infância são um pouco cabanas de Babel, universais, presentes em todas as culturas, trazem o encantamento da construção seguida de seu usufruto, o aconchego de quem fica aninhado dentro dela, a sós ou em boa companhia, semeando a imaginação.

Acredito que essa experiência sensível da infância não se perde, é transformada em nossos gestos e ações em outras situações. O autor e ilustrador de Semillas de Cabañas, por exemplo, continuam escrevendo e desenhando suas cabanas, reinventando as sensações vividas nelas, no passado, tornando-as presentes e compartilhando-as com outros companheiros, nós leitores.

Não só as crianças montam cabanas, buscamos também nosso espaço de aconchego. Nossas casas guardam um pouco dessa memória e se atualizam a cada nova construção: sementes de cabanas!

16 de jan. de 2010

Jogo: Fases Espaciais


Jogo criado por Gabriel Raniere, 9, Isabela Cintra, 9, Gabriel Freundenthal, 8 e Rebeca Hadadd, 9, a partir de oficina de jogos da Caleidoscópio Brincadeira e Arte para a Folhinha de São Paulo. (Folha de S. Paulo 16/01/2010)

O processo de criação de um jogo às vezes é tão ou mais interessante que o próprio jogo para as crianças. Por isso gosto não só de socializar a cultura dos jogos de tabuleiro com as crianças, mas de incentivá-las a criar os seus próprios. É uma satisfação enorme acompanhar o processo de criação. Ele é, sem dúvida, mais rico que o produto, o jogo em si. Diria que o processo é um jogo de outra natureza, em que as regras estão em aberto.

Claro que adorei o tabuleiro que o grupo de crianças construiu coletivamente, usando apenas papelão e outros materiais de sucata, mas a animação e todo o processo inventivo é o que me encanta e penso que também às crianças. Prova disso está numa discussão entre o grupo que confeccionava o jogo Fases Espaciais:

“já pensou se alguma loja de brinquedos pega este nosso jogo e começa a produzir ele em série?! Nossa! Ia ser muito legal ter nosso jogo em todo lugar! Mas pensando bem... não ia ser legal, não, porque ele já ia estar pronto e aí a gente não precisava fazer mais jogo... Não ia querer que uma empresa fizesse o nosso jogo porque aí não tem graça.”

Estas falas nos mostram o quanto a criação faz parte do jogo de viver!

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2 de jan. de 2010

Terça Lúdica: Figurinos e Adereços Carnavalescos


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Brasil e Espanha jogam Dama




Incrível a coincidência de encontrar nas ruas de Toledo uma lambreta e em São Paulo um carro com motivos que lembram tabuleiros de jogo de damas. Dois meios de locomoção primos-irmãos no gosto pela decoração lúdica!

Jogo do Deserto do Saara



Em passeio pela livraria Casa del Libro em Madrid descobri dois livros fascinantes de jogos africanos* , sendo um deles específico de jogos do Deserto do Saara. Neste caso o tabuleiro é riscado na própria a areia, os dados são substituídos por búzios ou conchas e os peões por pedras, gravetos ou até mesmo fezes redondas de animais!
Quando fui convidada para uma semana de jogos africanos pelo SESC Vila Mariana, não pude resistir à idéia de levar bacias com areia para ensinar alguns destes jogos às crianças. Lembro de um menino de 5 anos encantado com o jogo e com a possibilidade de aprender mais sobre a cultura lúdica de outro continente e também com a própria areia que, na cabeça dele, vinha de muito longe: pegava punhados dela e soltava na bacia observando com olhos brilhantes os grãos deslizarem de suas mãos dizendo: “areia do Deserto do Saara!” Eu, admirando sua fascinação, não tive coragem de dizer que era areia comprada em casa de aquário, preferi a magia daquele momento que o transportava para o outro lado do oceano.
* Juegos de África – Valérie Karpouchko ed. Takatuka, 2008
*Juegos Saharauis para Jugar en la Arena – Juegos y Juguetes Tradicionales del Sáhara - Fernando Pinto Cebrián – Miraguano Ediciones, 1999