22 de dez. de 2012

Sementes do nosso quintal

Recomendo o filme Sementes do Nosso Quintal mais do que generoso no olhar para a infância. Para quem trabalha com crianças não dá para ficar sem conhecer porque nele a vida transborda de delicadezas, o aprender é pleno de sentidos do mundo, o encontro com o outro é humano no mais belo sentido. Um quintal fértil em imaginação, encontro, sabedoria de criança, adultos e cuidados especiais com a Vida.




Tive a honra de conhecer a escola Te Arte num dia em que, curiosamente não tinha crianças, mas elas estavam lá mesmo assim. Só de olhar a organização do espaço pleno de intencionalidades para conversar com as crianças é como se aquele terreno estivesse povoado com mil sons inaugurais de vida , mil brincadeiras , traquinagens e descobertas.



Depois veio o deleite de assistir o filme de Fernanda Heinz , ex- aluna desta escola Te Arte e conhecer cada canto e magias cotidianas deste espaço concebido por Teresita e todos que estiveram por lá.



Conhecer a proposta de vida da Te Arte sob o olhar da criança que está dentro da mulher Fernanda é uma experiência impactante para quem procura caminhos sensíveis para aprender com as crianças e aventurar-se a ensiná-las sobre a existência.



Enfim , recomendo muitíssimo a apreciação do filme desta profissional que teve a paixão de filmar durante 4 anos o dia a dia das crianças e a generosidade de passar horas a fio tecendo a história de uma escola que brinda a vida , o encontro todos os dias. Sementes do nosso quintal!

15 de nov. de 2012

Terça Lúdica: Dança Étnica com Betty Gervitz


[Clique no convite p/ ampliá-lo]

Dia 27 de novembro teremos uma Terça Lúdica muito especial de danças étnicas com Betty Gervitz, para celebrarmos as diferentes culturas através do movimento.


Sua constante pesquisa de danças medievais, gregas, romenas, dos balcãs e de tantos outros lugares e tempos é literalmente uma viagem, que vivenciamos no corpo!

Será um prazer compartilhar esta boa movimentação!

Conheçam um pouco de seu trabalho através do site: www.bettygervitz.com.br

Abraços,

Adriana Klisys

Inscrições pelo site www.caleido.com.br
Dia: 27 de novembro
Das 19hs – 22hs

Valor: R$ 70,00 (Inscrições online no site: www.caleido.com.br)
R$90,00 (no local do evento)

Local: R. Dr. Cícero de Alencar, 69 - Butantã
São Paulo - SP
11 3726 8592
11 99659 6382


Jogo Concha Paraíso

[Clique na imagem p/ ampliá-la]

13 de nov. de 2012

Jogo Corrida da Hiena - Sudão


[Clique na imagem p/ampliá~la]

Segue mais uma dica de como confeccionar jogos para desfrutar de boas partidas e presentear crianças e adultos, que escrevi para o jornal O Estado de S. Paulo.


Tenho feito oficinas de criação de jogos de tabuleiro abertas ao público em geral e também para grupos fechados em escolas, museus de arte, bibliotecas, livrarias, empresas, SESC, etc. Agora estou com um projeto de construção de jogos especialmente voltado para a Terceira Idade. Quem conhecer lugares que tenham interesse em saber da proposta, por favor, entrem em contato!
Abraços

Adriana Klisys

www.caleido.com.br
tel 11 3726 8592 e 11 99659 6382

3 de nov. de 2012


Dia 12 de novembro, segunda-feira, teremos nova edição da oficina de Tabuleiro Múndi, agora com o jogo Surakarta, da Indonésia, que tem regras inusitadas como as peças que andam em looping pelo tabuleiro.

Lembrando que esta oficina é para interessados em jogos e crianças a partir de 8 anos.
Aguardo vocês!
Adriana Klisys

Horário: das 19:30às 21:30h
Valor: R$60,00 (no site www.caleido.com.br) e R$70,00 (no local do evento)
Local: Rua Dr. Cícero de Alencar, 69 - Butantã - São Paulo - SP
Tel: (11) 3726-8592 - Cel: (11) 99659-6382

6 de out. de 2012

diário de ateliê *** diary of studio: FLIM - Festa Literária do Medianeira - 2012

diário de ateliê *** diary of studio: FLIM - Festa Literária do Medianeira - 2012: Quem não lê mal conhece o próprio umbigo. Ou padece dessa onda global de consumo exagerado de bens descartáveis, quase sempre desnecessár...

24 de set. de 2012

Palestra Ciência, Arte e Jogo

Terça Lúdica Marionetes de Praga

A Caleidoscópio Brincadeira e Arte, juntamente com a Terra à Vista, que trouxe ao Brasil a exposição Gepetos de Praga, tem o prazer de convidar para a Terça Lúdica Marionetes de Praga, com artista tcheco Pavel Truhlář .

Para quem quer participar da brincadeira de transformar madeira em bonecos animados, esta é uma oportunidade ao alcance de todos, tenham ou não habilidade em esculpir.

Terça Lúdica Marionetes de Praga
Dia 02 de outubro, das 19hs – 22hs
R. Dr. Cícero de Alencar, 69 - Butantã - SP
Inscrições pelo site: www.caleido.com.br

abraços,
Adriana Klisys

Obs. Conheçam melhor do trabalho de Pavel Truhlář visitando a exposição lúdica e interativa sobre a arte e a tradição secular de confecção e manipulação de marionetes na República Tcheca na CAIXA Cultural SP, de 29 de setembro a 02 de dezembro de 2012.

Vídeo Terça Lúdica Sonoridades do Mundo com Magda Pucci

 
Sansa Kroma

Nena yo
Keke kokomba
Sansa Kroma
Nena yo
Keke kokomba
Sansa Kroma
Nena yo
Keke kokombaSansa Kroma


Eagle!

Once a flock of chicks’ mother died;
Another came along,
Snatched the little orphan chicks,
And provided for them…
http://eritajkreol.blogspot.com.br/2011/03/

Sansa : A name
Kroma : Hawk
Ne na wuo : You were orphaned
O kye kyer : Orphan
Nko ko MBA : To snatch up chicks

Read more:

http://wiki.answers.com/Q/What_does_sansa_kroma_ne_na_wou_o_kye_kyer_nko_ko_MBA_mean

_kye_kyer_nko_ko_MBA_mean#ixzz25Rqykfbj

It is to be entrepretated as a children's song used to comfort the
children from Ghana. It basically says, you're lucky you are not an
orphan. And you are lucky someone feeds you, and you don't have to
fend for yourself. It is a very lovely and entertaining song.

Terça Lúdica Sonoridades do Mundo

3 de ago. de 2012




No mês de comemoração de 10 anos da Caleidoscópio compartilhamos, por meio de palestras, a essência das brincadeiras por trás do trabalho que desenvolvemos, com o desejo de uma vida mais lúdica!

Será um prazer receber quem fez parte da história da Caleidoscópio e quem gostaria de conhecer um pouco deste percurso de vida!

Palestras Lúdicas - Sempre das 19:30 às 21:30hs8 de agosto (4a feira): Ambientes lúdicos para crianças de 0 a 3 anos
13 de agosto (2a feira): Organização de ambientes lúdicos para o faz de conta
23 de agosto (5 a feira): O Brincar no parque e nos espaços públicos
29 de agosto (4a feira): Brincar em todas as idades

R Cícero de Alencar, 69 (próximo ao metrô Butantã)
Inscrições pelo site: www.caleido.com.br
55 11 3726 8592
55 11 99659 6382

19 de jun. de 2012

Jogo da Onça ( Estadinho)


[Clique na imagem p/ ampliá-la]

"O Jogo da Onça é o único jogo de tabuleiro difundido entre parte da população indígena brasileira de que se tem registro. Conheci-o por meio da pesquisa “Jogos Indígenas do Brasil”, promovida pela Origem , que identificou as seguintes etnias Indígenas detentoras do jogo: os Manchineri, no Acre; Guaranis, na Ilha do Cardoso (sul do Estado de São Paulo); Bororos, no Mato Grosso. Logo na sequência, compartilhando esse jogo com os grupos com os quais trabalhava, acabei descobrindo que parte dos Ticunas, da Amazônia, e algumas pessoas do Pará e Sul de Minas o conheciam. Em geral, jogavam em tabuleiros riscados no chão, usando sementes ou pedras como peças.

Embora seja um jogo difundido pela população indígena nacional, não podemos considerá-lo genuinamente brasileiro, já que sua estrutura provém da família de jogos da Índia e do Sri Lanka, conhecida como "cordeiros e tigres". Estes, por sua vez, são jogados em tabuleiros muito parecidos com o milenar alquerque. Vê-se, portanto, que essa família de jogos é internacional, tem membros em diversos cantos do mundo. Provavelmente os índios brasileiros já o conheciam antes do descobrimento, por intermédio dos incas, no Peru, que tinham um jogo similar, com o nome de "puma e carneiros".

A peculiaridade desse jogo para dois participantes é que os adversários disputam em condições diferentes: um é o mais forte (onça), porém está em menor número (apenas um), e outro é mais fraco (cachorros), mas está em maior número (catorze).

O objetivo da onça é capturar cinco cachorros, e o dos cachorros, imobilizar a onça, cercando-a de forma que não tenha saída.

Inicia-se o jogo com os cachorros dispostos nas intersecções das três primeiras linhas horizontais da base do tabuleiro, opostas ao triângulo do extremo superior, e a onça na intersecção central, ladeada por dois cachorros à direita e dois à esquerda. Os dois jogadores podem andar uma casa de cada vez, escolhendo qualquer um dos pontos adjacentes do tabuleiro.

A onça realiza a captura do cachorro cada vez que salta sobre eles, retirando a peça saltada do tabuleiro. Pode, como na dama, realizar saltos duplos ou triplos. Os cachorros imobilizam a onça quando esta não tem mais para onde ir.

Esta é uma dentre as tantas versões de regras da família de jogos Cordeiros e Tigres. O bonito neste jogo, e em todos os outros, é compartilhar as regras ou, em determinados contextos, desobedecê-las deliberadamente a elas, dando origem a outras jogadas. O livre desfrute do jogo e a permeabilidade que ele tem às mudanças é que o mantêm vivo. Afinal, não faz parte da vida a flutuação das regras?

A pergunta: “vamos jogar?” soa como um convite: - vamos inventar novas regras? Ou para recuperar as antigas e inventar as futuras. E assim concebemos novos jogos. "

( Trecho do livro: Quer Jogar? Edições Sesc SP - Adriana Klisys e Carlos Dala Stella)

5 de jun. de 2012

Consumir a vida com consumo?



 
Há relatos de que certa vez, diante de uma carroça de quinquilharias que vendia de tudo, o filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) teria dito, com um largo sorriso satisfeito: “De quanta coisa na vida eu não preciso!”.

Se estivesse vivo hoje e pudesse passear por um shopping center, o filósofo ficaria ainda mais surpreso com a maneira como consumimos além do essencial. Às vezes é preciso um olhar estrangeiro para nos acordar dos sonhos de consumo em que vivemos atualmente. Será que precisamos de tanta coisa? Como foi que caímos nesta armadilha que associa felicidade ao poder de compra? Slogans publicitários como “o mundo trata melhor quem se veste bem” mostram claramente que não importa o que a pessoa é, e sim o que ela tem. São esses os valores que queremos ensinar aos nossos filhos?

É preocupante esta forma de organização social que deixa para as novas gerações o ensinamento de que devem ser consumidoras vorazes, ter mais brinquedos do que uma escola tem em seu acervo, mais sapatos do que poderia calçar uma sala de aula inteira, ter sempre além do necessário e estar permanentemente insatisfeitas por não terem o mais novo lançamento. Preocupante porque, dentro dessa lógica, a necessidade de ter muitas vezes ocupa o espaço de estar com as pessoas e compartilhar momentos de lazer, como apreciar uma bela música, caminhar em um parque, ler um bom livro, visitar museus e bibliotecas públicas da cidade, preparar seu próprio alimento, aprofundar uma brincadeira, ocupar o tempo com o ócio de uma boa rede...

Mesmo que estejamos conscientes de que o consumo exagerado é insustentável, o fato é que ainda estamos longe de vislumbrar um modelo diferente de sociedade. Por que será que grande parte da população brasileira tem como principal referência de lazer para si e para seus filhos os shoppings centers?

Cada vez mais o espaço do lazer e do brincar fica relacionado ao consumo, e por trás disso, educando gerações inteiras, está sempre a mensagem subjacente de que para interagir com o mundo se deve comprar, comprar e comprar. Mal aprendem a falar e a frase “mãe, compra…” já faz parte do repertório. Logo cedo aprendem, inclusive, que há mecanismos sociais criados justamente para favorecer a compra: “não tem dinheiro… então usa o cartão de crédito!”. E as crianças vão crescendo embaladas por este forte apelo consumista.

Pode-se dizer que a organização atual da sociedade gira em torno desse apelo. Basta ver a quantidade de propagandas direcionadas às crianças: comerciais e embalagens de produtos cada vez mais convidativos, lançamentos cuidadosamente pensados para seduzí-las e vincular mais profundamente o desejo e o prazer ao consumo. Nessa perspectiva, não é exagero afirmar que os anunciantes veem seus filhos mais como potenciais compradores (ou influenciadores da compra) do que como crianças que têm o direito de brincar, aprender e desenvolver sua afetividade num meio livre de ostentação.

Para concorrer com esse bombardeio apelativo ao consumo veiculado pela mídia, há que se mostrar a elas caminhos mais interessantes do que o prazer fácil e fugaz do consumo. Procure formas de refletir e atuar contra isso se não deseja que seus filhos sejam presas fáceis deste modelo de vida que os consome. Sim, porque este modelo consome o tempo de ser criança e, sobretudo, de experimentar mais das relações humanas do que das relações mercadológicas, como bem mostra o lúcido documentário “Criança, a alma do negócio” de Estela Renner.

Dizer “não” em alguns momentos não é simplesmente frustrar seus filhos, é cuidar da sua saúde psíquica, é dar limites. Todos nós precisamos de limites para nos desenvolver. O limite é essencial à nossa constituição mental e física. Sem o limite da pele seríamos uma massa amorfa; sem o limite na ingestão de alimentos, nos tornamos obesos; sem o limite da consciência social e da cidadania tornamos a Terra um local de entulho, lixo e toda a sorte de descartáveis; e assim por diante.

Hoje, mais do que nunca, nós e a geração recém-chegada ao mundo devemos nos perguntar do que realmente precisamos para viver, não só para poder ter uma passagem plena e culturalmente rica pela vida, mas também para não banalizar a própria existência, que não se limita à riqueza material. Afinal, quanto maior a riqueza material, menor a riqueza de nossas reservas naturais. É mais do que sabido que se todos os habitantes da Terra consumissem de forma semelhante aos habitantes de países desenvolvidos (como os Estados Unidos) precisaríamos de pelo menos quatro vezes mais planetas para atender a todos.

Ao contrário do que pode parecer, a alternativa não é negar o consumo, afinal dependemos dele para viver. Sem consumir alimentos não vivemos, sem consumir roupas passamos frio, sem consumir combustível não nos deslocamos com facilidade por grandes distâncias. O importante é olhar criticamente para tudo o que é excesso. O problema é que em geral o consumo está desvinculado da necessidade real. Será que para brincar e se divertir seu filho precisa mesmo consumir?


(trecho de uma das matérias "Dicas de consumo consciente em família" que escrevi para o site http://www.akatumirim.org.br/)  /   Colagem: Carlos Dala Stella)




4 de mai. de 2012

Arte e Jogo em debate e fruição


Conversas sobre a imaginação, processos criativos e lúdicos

Com
Monique Deheinzelin (autora dos livros Conhecimento de si, conhecimento do mundo - / Ed.Hedra Educação e A Fome com a vontade de comer - Ed. Vozes)
e
Adriana Klisys (autora dos livros Quer Jogar? Edições SESC SP e Ciência, Arte e Jogo - Ed. Peirópolis)

Dia: 26 de maio
Das 10hs – 13hs
Para: profissionais da educação e interessados no assunto

( Inscrições  no site: www.caleido.com.br)





25 de abr. de 2012

Vídeo de Estreia do Projeto Território do Brincar



É motivo de comemoração a estréia deste projeto sensível de brincadeiras que os queridos amigos Renata Meirelles e David Reeks inauguram, fruto de sonhos compartilhados de mergulhar na essência humana!




Que sejam bem acompanhados por toda imaginação infantil neste percurso de 2 anos de trajetória por este Brasil a fora com o projeto Território do Brincar!

23 de abr. de 2012

Terça Lúdica música em movimento


Para quem não conseguiu participar no ano passado da Terça Lúdica Música em Movimento, com Estêvão Marques, ou para quem já participou e quer conhecer novas brincadeiras deste grande inventor de instrumentos e música, seja bem-vindo(a)!


Como sempre Estêvão anda viajando e trazendo na bagagem muita dança e música nova!

Conheça um pouco de seu trabalho nos sites:

http://www.estevaomarques.com/

http://www.grupotriii.com/

Espero vocês ás 19:00 horas no Espaço Enthusiasmo Cultural, R. Cícero de Alencar, 69 Butantã

Adriana Klisys

www.caleido.com.br
55 11 3726 8592
55 11 9659 6382

21 de abr. de 2012

Tabuleiro Múndi



Neste ano iremos iniciar uma série de oficinas de jogos do mundo. A cada encontro partilhamos regras, história e soluções para a confecção de diferentes jogos.

Parte desta viagem, que começa em abril e vai até o fim do ano, está no livro Quer Jogar? Edições SESC SP.



Espero vocês na inauguração desta proposta em São Paulo.

Dia 30 de abril, às 19:00 hs
R. Cícero de Alencar, 69 - Butantã
Inscrições pelo site http://www.caleido.com.br/

14 de abr. de 2012

Águas de Março Les Eaux de Mars


http://www.youtube.com/watch?v=Z0dSo8eW7TU

Fiquei tocada pela forma como Stacey Kent interpreta a música Águas de Março no filme de Nelson Pereira dos Santos: A música segundo Tom Jobim. Sempre achei esta uma das músicas mais brincalhonas da língua portuguesa.

No clássico diálogo musical de Tom Jobim & Elis Regina cresci com a promessa de vida no coração.

Tão lindo ver no sensível documentário a universalidade da brincadeira musical que chega aos nossos ouvidos como a intensidade da cor da mais rara flor vermelha.

Gostei de saber que a cantora que me chamou atenção está estudando o idioma português pois como conta, se referindo ao mestre Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim "sem estas palavras, sem estas letras minha vida seria muito menos rica" . Sem cores e sem o tom certo o mundo não existe.

Águas de Março
Tom Jobim


É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Les Eaux de Mars
Stacey Kent


Un pas, une pierre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire
C'est un éclat de verre, c'est la vie, le soleil
C'est la mort, le sommeil, c'est un piège entrouvert
Un arbre millénaire, un nœud dans le bois
C'est un chien qui aboie, c'est un oiseau dans l'air
C'est un tronc qui pourrit, c'est la neige qui fond
Le mystère profond, la promesse de vie

C'est le souffle du vent au sommet des collines
C'est une vieille ruine, le vide, le néant
C'est la pie qui jacasse, c'est l'averse qui verse
Des torrents d'allégresse, ce sont les eaux de Mars
C'est le pied qui avance à pas sûr, à pas lent
C'est la main qui se tend, c'est la pierre qu'on lance
C'est un trou dans la terre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire
C'est un oiseau dans l'air, un oiseau qui se pose
Le jardin qu'on arrose, une source d'eau claire
Une écharde, un clou, c'est la fièvre qui monte
C'est un compte à bon compte, c'est un peu rien du tout
Un poisson, un geste, c'est comme du vif argent
C'est tout ce qu'on attend, c'est tout ce qui nous reste
C'est du bois, c'est un jour le bout du quai
Un alcool trafiqué, le chemin le plus court
C'est le cri d'un hibou, un corps ensommeillé
La voiture rouillée, c'est la boue, c'est la boue
Un pas, un pont, un crapaud qui croasse
C'est un chaland qui passe, c'est un bel horizon
C'est la saison des pluies, c'est la fonte des glaces
Ce sont les eaux de Mars, la promesse de vie
Une pierre, un bâton, c'est Joseph et c'est Jacques
Un serpent qui attaque, une entaille au talon
Un pas, une pierre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire
C'est l'hiver qui s'efface, la fin d'une saison
C'est la neige qui fond, ce sont les eaux de Mars
La promesse de vie, le mystère profond
Ce sont les eaux de Mars dans ton cœur tout au fond
Un pas, une pierre, un chemin qui chemine
Un reste de racine, c'est un peu solitaire
C'est l'hiver qui s'efface, la fin d'une saison
C'est la neige qui fond, ce sont les eaux de Mars
La promesse de vie, le mystère profond
Ce sont les eaux de Mars dans ton cœur tout au fond

11 de abr. de 2012

Dança materna


Recebi hoje a notícia emocionada de uma amiga que está prestes a tornar-se mãe de Rafaela, uma menina de 14 meses! Incrível esta gestação simbólica amorosa da mãe que está iluminada com o frescor da filhota por chegar em sua vida!

Para ela e para outras mães deixo a dica desta brincadeira dançante de encontro mãe-bebê que conheci recentemente no Espaço Bebê da Hebraica. Trata-se da dança materna proposta pela bailarina, coreógrafa, geógrafa e professora de dança Tatiana Tardioli, para mães e bebês de colo e engatinhantes.

A idéia da dança nasce do encontro com a menina Nina, sua primeira filha e continua agora com a sua nova gestação e a de tantas mães de corpo e alma.

http://www.dancamaterna.blogspot.com.br

10 de abr. de 2012

Seiscentos e sessenta e seis - Mário Quintana

A vida é uns deveres que trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas: há tempo...
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem “um dia”, uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguia sempre em frente... E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

7 de mar. de 2012

Imagens do brincar - Antanas Sutkus


Que surpresa boa conhecer o fotógrafo lituano Antanas Sutkus,
que brinca de capturar o essencial: a alma das pessoas. Diz ele: " Para mim é importante que as minhas fotografias testemunhem e transmitam o cheiro do tempo"

Passei boas horas apreciando suas fotos e vídeo no Museu Oscar Niemeyer. A exposição permanece até 05 de maio em Curitiba.

23 de fev. de 2012

Convite Terça Lúdica de Besteirologia


[Clique no convite p/ ampliá-lo]

2012, ano do dragão - representante máximo do mundo imaginário - é terreno fértil para as brincadeiras serem levadas a sério. Por isso iniciamos as Terças Lúdicas com Wellington Nogueira e a equipe de palhaços dos Doutores da Alegria*, especialistas em Tratados de Besteirologia, afinal como dizem os mestres do riso: Bobagem pouca é desgraça!

Quem tem riso preso, riso frouxo ou riso solto, venha brincar nesta Terça Lúdica de Besteirologia!

Dia 20 de março, `as 19:00 hs
R. Cícero de Alencar, 69 - Butantã
Inscrições pelo site www.caleido.com.br

abraços,

Adriana Klisys


*Com um elenco de cerca de 45 palhaços profissionais que atuam em hospitais públicos
de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, os Doutores da Alegria são
reconhecidos em todo o país por seu profissionalismo e atuação inovadora. A
organização recebeu o Prêmio Criança 1997 da Fundação Abrinq pelos Direitos da
Criança, foi incluída três vezes na lista das 100 melhores práticas globais da divisão
Habitat da Organização das Nações Unidas e recebeu também o Prêmio Cultura e Saúde,
concedido em junho de 2009 pelo Programa Cultura Viva, iniciativa conjunta dos
Ministérios da Cultura e Saúde. ( www.doutoresdaalegria.org.br)

22 de fev. de 2012

Imagens do brincar - Carlos Dala Stella


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Tem muito trabalho do Carlos que entraria nesta coleção de imagens do brincar que comecei a fazer, inclusive todos os desenhos feitos por ele no livro Quer Jogar? Edições SESC SP, mas tem uma imagem sua que escolho por ter uma história sensível e de desejo por trás dela. Trata-se da tela "La Donna con il figliolo in cuore" (Acrílica sobre tela - 110 x 74 cm)

Ele retrata nela o desejo tão intenso de uma mulher ter o filho que antes mesmo de engravidar já é mãe sem ter a criança materializada. Seu figliolo já existe em sonho-desejo, pensamento, imaginação e sensibilidade a flor da pele de gestos de carinho.

E o curioso é que a temática da tela "A dona com o filho no coração" foi inspirada numa amiga do artista que tinha um forte desejo de ser mãe e não conseguia engravidar apesar de tantos tratamentos. E Carlos lia nas entrelinhas: "ela já é mãe, só falta o filho!" Passa então a pintar a mãe com o filho. Terminada a tela recebe a notícia que sua amiga está grávida do filho que ele já enxergava nos ares!

Na tela, o rosto solar iluminado da mãe em potencial, que traz no lugar do cordão umbilical, um cordão com lastro no coração vislumbra o filho brincando com ela em sonho. Na vida real também é assim, os sonhos de verdade se materializam e ganham contornos próprios. Rompem a casca do desejo e participam de nosso tempo.

Imagens do Brincar - Paul Klee

[Clique na imagem p/ ampliá-la]

Em 2012 inauguro no blog a postagem de uma série de imagens do brincar . E não se trata só de imagens de brincadeiras infantis, mas de artistas de imaginário sensível que sabem brincar com lápis, pincel, câmera, tesoura, argila ou qualquer outro material pretexto para boas viagens.

Inicio com um desenho de 1940 (wilder Knaben Spiele) do livro de Paul Klee: Ein kind träumt sich - Tilman Osterwold - Hatje.

Ganhei o livro na loteria: o consegui ao preço simbólico de R$2,00 num sebo alemão Descobri nele a generosidade da Arte em me tornar leitora em qualquer idioma.


O livro todo é recheado de desenhos oníricos que lembram traços infantis, matizados pela experiência de anos de intimidade com os materiais expressivos somado à sensibilidade estética e poética para com o mundo.


Pelo título Ein kind träumt sich, logo identifiquei a palavra criança em alemão,mas não tinha idéia do restante de seu significado. A tradução do título me foi dada pela atendente que sabia um pouco de alemão e arriscou a seguinte interpretação: "Uma criança se sonha". Que surpresa boa saber que o que tinha lido como sonho nas imagens também estava presente no título!

Fiquei com esta primeira tradução em mente desfrutando dos sentidos ocultos nela! Sonhar-se, viver a imaginação à solta, empinar pensamentos, saltar o imaginário, gerar brincadeiras... Que essência bonita da vida!

9 de jan. de 2012

Jornal Estadinho


Só para compartilhar... Este ano vou escrever uma vez por mês dicas de jogos e seu histórico no Estadinho

6 de jan. de 2012

Balanço n´alma


Sinto falta de balanços para adultos pelas praças e parques, brinquedos de brisa no rosto, frio na barriga, prazer para o corpo ao gerir o próprio movimento. Falo desse objeto concreto, brinquedo predileto de minha infância, mas também de modo simbólico. Gostaria de compartilhar mais com o universo adulto uma forma lúdica de vida, menos sisuda, mais solta e regida pelo desejo que põe em movimento. E ver mais balanços n´alma da gente crescida.

As manifestações artísticas e culturais sensíveis, a meu ver, são balanços n´alma. O mundo está repleto delas, nem sempre valorizadas.

Recordo-me agora do marabaixo, uma dança tradicional do Amapá, preservada entre os quilombolas de Curiaú, que herdaram de seus antepassados africanos a dança-forma de resistência ao cativeiro. Os passos precisavam ser curtos e arrastados, uma vez que os pés estavam acorrentados. Ao som dos tambores, a dança é preservada até hoje, em conjunto com outras mais soltas, e nos mostram o empenho desses antepassados para encontrar formas de embalar o corpo, mesmo presos a pesados ferros que precisavam mover. Admirada ao presenciar uma dança com tamanha força de expressão, pensei naquele instante que só podia ser possível inventar uma coreografia daquelas em uma situação desfavorável, pois há um lado lúdico da humanidade que nunca se deixa escravizar.

Vivenciar uma forma lúdica de vida é vislumbrar outras realidades, transportar-se para outras esferas, com uma força de vontade tal que transforma os sentidos do mundo, quebra as correntes.

Um correspondente ao marabaixo que rompe amarras e nos eleva a outro patamar é a música. Sinto isso quando ouço “Variações Goldberg”, de J. S. Bach, ou os presentes para a alma de nosso mestre Antônio Carlos Jobim.

A música é balanço suave ou agitado, conforme a ocasião. A melodia e a harmonia se transformam em balanços debaixo de árvores frondosas. O impulso nos eleva aos ares, por um instante, para depois nos devolver à terra. O azul do céu e o marrom-avermelhado do chão batido se intercalam.

(trecho do livro Quer Jogar? Texto: Adriana Klisys; Desenho: Carlos Dala Stella - Edições SESC SP